Isolamento acústico: janelas antirruído e outras opções para diminuir o barulho

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Barulho externo tem se tornado um problema para condôminos que buscam alternativas para diminuir o som dentro dos apartamentos

Estar em casa e em silêncio é algo que muitas pessoas gostam, mas o barulho externo nem sempre ajuda. A falta de isolamento acústico, na maioria das vezes, ajuda a agravar o problema. O som que entra, dependendo do local, pode ser do trânsito, de obras ou até de baladas, realidade para quem mora no litoral norte catarinense. O incômodo é grande e acaba afetando o cotidiano de uma família inteira.

Existem soluções paliativas e até definitivas para que o transtorno diminua, mas o investimento financeiro, seja do condômino ou do condomínio, não é barato. Para alguns é o preço que se paga para poder ter uma noite tranquila de sono, como explica o engenheiro ambiental e sanitarista Gian Franco Werner.

“Caro é relativo, mas não o valor alto porque a questão acústica interfere muito no bem-estar das pessoas. Depois que elas fazem o projeto esse benefício se paga”, relata.

A Norma de Desempenho NBR 15575, que regulariza e baliza as construções, tem auxiliado não só no conforto de quem adquire um imóvel próximo a uma área com alto nível de ruído, como também facilita o comprador comum a achar um preço mais acessível para ajudar no isolamento acústico. Segundo o engenheiro Juan Frias, coordenador do Comitê Acústica Ambiental da ProAcústica, as janelas antirruído são uma boa opção em um primeiro momento.

“Quando você tem um ruído externo a forma de melhorar pode ser com uma janela antirruído. Ainda é relativamente caro porque as esquadrias antirruído são com produtos mais diferenciados que as janelas convencionais. Nos novos empreendimentos, por causa da Norma de Desempenho, já é obrigatório colocar janelas acústicas se a área tiver um elevado nível de ruído, e isso fez com que o valor ficasse um pouco mais acessível. Antes o mercado era muito restrito, só as pessoas particulares que compravam as janelas antirruído, agora já abriu para um leque maior de consumidores e já não é mais um artigo de luxo”, explica.

Aumento na procura

Seja por causa de problemas em prédios que são vizinhos a estabelecimentos co música e restaurantes ou para quem precisa trabalhar, a pandemia elevou a procura pelo isolamento acústico. De acordo com o engenheiro Gian Franco Werner, o momento com mais gente trabalhando em casa fez aquecer o mercado.

“Está tendo muita procura na questão pontual da pandemia, como isolamento de quarto com as pessoas usando sala como home office, empresas buscando adequações às salas de lives, quem faz aula on-line, tenho feito muita perícia na questão entre vizinho e dono de bar por causa de barulho. A procura tem aumentado muito, até porque as pessoas não se atentavam muito para isso”, conta.

Isolamento acústico x tratamento acústico

Há diferença entre isolamento acústico e tratamento acústico. O engenheiro Juan Frias explica o tema, já que pode confundir condôminos na hora de fazer algum orçamento.

“Isolamento é quando você quer inibir qualquer ruído que chegue naquele espaço. Tratamento é quando você faz qualquer tipo de intervenção que melhore a acústica do espaço, como deixar com menos eco, um ruído mais suportável e confortável”.

Ruído de impacto

Em Balneário Camboriú, na Avenida Atlântica, por ser uma área valorizada e turística, alguns estabelecimentos ficam no térreo dos condomínios. Em um deles, onde Márcio Pessoa foi síndico até 2020, havia muita reclamação por causa da vibração. De acordo com o profissional, houve conversas com o dono do estabelecimento, mas sem consenso com os moradores.

“A ‘balada’ tinha isolamento, certamente não o ideal, já que a vibração subia pelos pilares e incomodava até o 16º andar. Os condôminos queriam que o dono da boate regularizasse e fizesse um isolamento diferente, e ele se colocou à disposição de gastar R$ 200 mil para isso, mas também entraram com uma ação para retirar o estabelecimento. Os moradores nos ligavam, reclamavam do som, a gente pedia, era baixado o volume, mas incomodava alguns. O condômino do 1º andar não se incomodava tanto, mas nos mais altos os moradores reclamavam mais”, fala.

Nesse tipo de caso, segundo o engenheiro Juan Frias, é preciso fazer isolamento contra o ruído de impacto, além de um laudo para avaliar especificamente o caso.

“Para quem escuta o vizinho de cima uma solução é o forro com drywall ou a instalação de piso laminado, que é mais eficiente, mas não se pode obrigar o vizinho de cima a instalar tal piso se ele não quiser. O ruído de impacto é o mais difícil de resolver porque você não consegue fazer sozinho, depende do outro”, exemplifica.

Soluções para problemas de isolamento acústico

No caso das janelas antirruído, é possível encontrar a partir de R$ 300 em sites de lojas ou, em empresas específicas, pagar R$ 1 mil o m² colocado da janela, já que é preciso levar em conta o padrão do condomínio. Abaixo, confira uma lista com algumas soluções para quem tem problema com isolamento acústico em condomínios.

Janelas: pode ser feita a instalação de uma janela acústica sobreposta, no interior do apartamento, mantendo a esquadria original por fora, sem alterar a fachada do edifício, ou retirar a atual e substituir por uma com esquadrias propícias para o isolamento acústico.

Portas: existem portas antirruídos ou é possível isolar a entrada do apartamento com uma fita acústica nas frestas da porta, vale para todas as peças do apartamento, garantindo menor ruído externo dentro do imóvel.

Forros acústicos: é recomendado caso o incômodo venha do apartamento de cima, mas não tem 100% de isolamento por ser um ruído de impacto.

Pisos flutuantes: solução para os ruídos de solas de sapatos, arrastar de cadeiras e queda de objetos, mas devem ser feitos no apartamento de cima. Essa solução necessita que o piso e o contrapiso sejam retirados, para posteriormente serem reinstalados sobre a manta acústica.

Imagem:Pixabay

Fonte: Condomínio SC

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