Em seu mais recente relatório trimestral, o Índice de Demanda Imobiliária (IDI Brasil) revela quais cidades brasileiras despontam atualmente como polos de maior atratividade para o mercado imobiliário residencial vertical. O estudo abrange 77 cidades e utiliza seis variáveis – demanda, demanda direta, dinâmica econômica, ofertas de terceiros, atratividade de empreendimentos antigos e novos – para construir uma visão estratégica do setor.
Cidades que lideram por faixa de renda
No perfil econômico (famílias com renda de R$ 2 mil a R$ 12 mil), Curitiba (PR) lidera o ranking com nota 0,877, seguida por São Paulo (SP), que retorna ao pódio com 0,853. Surpreende a entrada de Sorocaba (SP) entre as cinco primeiras, sendo a única cidade fora das capitais a figurar nesse grupo.
Para o segmento de renda média (R$ 12 mil a R$ 24 mil), Goiânia (GO) assume o primeiro posto (0,805), com São Paulo em segundo (0,797) e Curitiba em terceiro (0,772). O avanço de Sorocaba nesse grupo também chama atenção, com ascensão de oito posições.
No segmento alto padrão (renda superior a R$ 24 mil), São Paulo permanece no topo com nota 0,809, seguida por Goiânia (0,790) e Brasília (DF) (0,767). Destaque também para Sorocaba, que sobe nove posições e adentra o top 10 do segmento de luxo.
Surpresas e recuos
Além das capitais tradicionais, cidades como Belém (PA) e Santo André (SP) protagonizaram saltos expressivos nos rankings, impulsionadas pelo aquecimento nos lançamentos e pela demanda direta. Em contrapartida, Salvador (BA) apresentou queda relevante em todas as faixas de renda, recuando posições diante da forte concorrência e menor atratividade dos novos empreendimentos.
O presidente do Conselho Consultivo da CBIC, José Carlos Martins, ressalta que “o IDI Brasil permite antecipar movimentos … orientar investimentos com maior segurança, promover o equilíbrio regional e planejar políticas habitacionais com base em evidências.”
Estratégias para investidores, incorporadoras e gestores condominiais
- Alinhar projetos ao perfil de renda predominante nas cidades promissoras, aproveitando o mix de apartamentos compactos para média renda ou empreendimentos de alto padrão onde houver demanda.
- Avaliar risco regional: cidades emergentes podem oferecer oportunidades de valorização, mas exigem atenção à infraestrutura urbana, regulação local e financiamento viável.
- Planejamento condominial: novos empreendimentos em regiões em crescimento exigem infraestrutura bem dimensionada para atender a previsão de moradores futuros (instalações, áreas comuns, mobilidade interna).
- Monitoramento constante: como o IDI Brasil é atualizado trimestralmente, mudanças rápidas no cenário econômico ou político podem alterar o mapa de atratividade.
Conclusão
panorama atual reforça que o mercado imobiliário brasileiro não está centrado apenas nos grandes centros, mas revela protagonismos locais em cidades médias. Curitiba, Goiânia e São Paulo lideram, mas Sorocaba e Belém provam que a demanda pode florescer onde há planejamento e oferta ajustada. Para investidores e gestores, esse cenário exige visão estratégica contínua e adaptabilidade para aproveitar essas movimentações.
Imagem: Freepik
Fonte: Exame / Condomínio Interativo



