O lar é um local de abrigo, por isso grande parte das pessoas tem prazer em dar a ele características que demonstrem seus gostos e personalidade.
A fachada é uma marca externa dessa identidade, então sua renovação costuma estar nos planos tanto de proprietários de casas, como dos moradores de condomínios. Além da beleza e do conforto, a iniciativa traz a valorização do imóvel e, é claro, mais satisfação para quem ali vive.
No caso dos condomínios, a proposta ganha força pelo envelhecimento dos edifícios – muitos construídos nas primeiras fases de verticalização das cidades -, e também pelas necessidades da vida moderna, como adaptação a novas tecnologias e reforço da segurança.
A arquiteta Andréa Hermes Silva relata o crescimento da busca por esse tipo de reforma. “Além da renovação dos materiais, como troca de esquadrias e colocação de revestimentos, há também a busca de adequação a novas tecnologias, que inclui a troca de ar-condicionado de janela para Split”, exemplifica a profissional.
Modernidade sem perder o charme
Entre as tendências atuais está a utilização de materiais com alto grau de desempenho e menor manutenção, aponta a arquiteta Andréa, como cerâmicas, placas de composto de alumínio e até mesmo fachadas ventiladas. “As cerâmicas são procuradas em função da grande diversidade de cores, formatos e texturas, com um custo competitivo. E o alumínio por ser um material de grande resistência a intempéries e com facilidade de instalação”, detalha.
Outros componentes atuais são as esquadrias com melhor isolamento acústico – para evitar o velho problema de transtornos com barulho -, além de painéis ou brises de alumínio, “que criam volumes, escondem equipamentos e dão maior proteção em função da incidência do sol”, acrescenta a arquiteta. As cores mais indicadas, por sua vez, são as claras ou neutras, em função da baixa absorção de calor. Os tons mais fortes são usados nos detalhes das composições.
Para quem deseja que o condomínio ganhe um ar de modernidade, mas ao mesmo tempo não fique datado com modismos – que rapidamente se tornam obsoletos -, a arquiteta alerta: “dificilmente um projeto não irá ficar marcado pela época em que foi concebido. A própria oferta de materiais acaba gerando essa demanda, porém não necessariamente deve seguir um modismo. Sempre procuramos fazer uma composição de materiais e cores que ‘conversem’ com o entorno e valorizem a edificação”, explica.
O condomínio está sem verba para reformar?
Aos condomínios que têm pouco para investir em um projeto especial de renovação de fachada, a arquiteta Andréa lista algumas dicas:
• Investir em um bom projeto que possa ser executado em etapas: “o ideal é fazer um ‘masterplan’, listando todas as intervenções necessárias e suas prioridades, para que possa ser executado em etapas, conforme a disponibilidade financeira do condomínio”.
• Realizar pequenas intervenções com resultados visíveis, “como renovar a guarita, reformar o jardim, melhorar a comunicação visual, e lavar e pintar a fachada e o muro frontal”.
Atenção aos trâmites legais
A obra precisa de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) ou RRT (Registro de Responsabilidade Técnica)?
Sim, sendo a primeira feita por engenheiros e a segunda por arquitetos. O objetivo é identificar o responsável pela obra ou serviço, além de proporcionar segurança técnica e jurídica.
É necessária autorização da prefeitura?
Embora seja exigida autorização (alvará ou certificado) apenas para novas obras ou reformas com aumento de área, a arquiteta Andréa orienta que a prefeitura seja sempre consultada (exceto em pequenas intervenções que não alteram a característica do imóvel, como pinturas e consertos).
Antes de renovar a fachada, o arquiteto responsável pelo projeto original deve ser consultado?
A consulta e aprovação não é necessária, mas grande parte dos escritórios de arquitetura tem como procedimento-padrão conversar com o autor do projeto. “Consideramos ser ética profissional”, diz Andréa.
Imagem: Pixabay
Fonte: Condomínio SC