Projetos são pensados e desenvolvidos com base na demanda dos últimos anos, como locais com áreas de lazer amplas e em contato com a natureza
A redução significativa dos casos de coronavírus no Brasil, após um crescimento considerável nos primeiros meses do ano em razão da variante Ômicron, sinaliza o provável fim da pandemia. No setor condominial, a tendência é o crescimento de empreendimentos sustentáveis, visando promover sensação de bem-estar, saúde, conforto e tranquilidade aos moradores.
Arquiteto, urbanista e paisagista, José Luís Roberto Klöppel, que atua em São Paulo, indica que muitos projetos são pensados e desenvolvidos com base na procura ao longo da pandemia, como locais com áreas de lazer amplas e em contato direto com a natureza.
“As urbanizadoras estão investindo em empreendimentos focados no home office, projetando espaços voltados para biofilia que ajudam o colaborador a ter uma entrega de mais qualidade. Há uma demanda maior dos condomínios para desenvolver conforto aos moradores. Muitos projetos são aplicados com desenho urbano inovador, áreas verdes e a parte de inteligência para oferecer produtos dentro dos condomínios, como academias, mercados e serviços de entregas, tudo pensado para trazer o máximo de qualidade de vida aos condôminos”, destacou o arquiteto.
O home office, destacado por Klöppel e que se tornou bastante popular durante o período de isolamento social, é uma prática a ser mantida. Uma tendência apontada nesse caso é para que o espaço não fique restrito apenas aos apartamentos, mas que ocupe o lugar comum: são os chamados Coworkings. Outro indicativo é que soluções ecológicas terão uma atuação mais presente nos condomínios.
“O lixo verde é um problema grande para os condomínios, que pagam empresas para o descarte correto de folhas de árvores, por exemplo. Vejo com isso uma tendência forte ligada ao que chamamos de ecossistema inteligente. Os locais terão estações para fazer a compostagem desses resíduos, que podem ser utilizados como adubos naturais para as áreas verdes ou gerar energia, algo semelhante ao que acontece com a utilização de água de reuso”, completou Klöppel.
Tecnologia segue como aliada
Alguns hábitos serão mais uma vez ajustados, enquanto outros foram totalmente adaptados e aceitos. No caso dos condomínios, o aumento das tecnologias oferecidas pelas administradoras é um dos exemplos de tendência na vida condominial e que deve permanecer, principalmente com a aprovação da Lei 14.309, que trata da autorização para a realização de assembleias virtuais de condomínios.
Advogado, especialista em Direito Imobiliário e Administração Condominial, Rodrigo Karpat vê essa como uma decisão positiva, pois na pandemia o uso da tecnologia foi uma ferramenta importante para aumentar o número de participantes nas reuniões.
“Acredito que as assembleias virtuais foram bem aceitas nos condomínios, além de trazer uma questão que sempre foi um problema e que minorou com a chegada desse formato: a participação dos condôminos. Com a possibilidade de a pessoa poder participar de qualquer lugar, a tendência, como já se mostra, é uma maior presença dos condôminos na democracia condominial”, disse Karpat.
Serviços de conveniência dentro dos condomínios (mercados, lavanderias, pet shops e outros) também servem de parâmetro sobre o que esperar para os próximos anos no setor condominial e sempre com tecnologia como aliada, uma vez que muitos deles se utilizam do autoatendimento.
Segurança
No quesito de segurança, sistemas mais inteligentes e modernos terão mais espaço, como detalha o tenente-coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo e especialista em Segurança em Condomínios na consultoria Suat, José Elias de Godoy.
“Tivemos uma evolução grande no sistema de reconhecimento facial e observamos uma diminuição na dependência do ser humano, principalmente na portaria. Será um grande diferencial no futuro, seja por custo ou pela eficiência de segurança”, detalhou o tenente-coronel.
Imagem: Pixabay
Fonte: Condomínio SC